Por que o processo de projeto leva em consideração as necessidades estéticas e funcionais para o ambiente de trabalho, mas dificilmente contempla as variabilidades humanas? Se a Ergonomia consiste em melhorar as condições laborais adaptando o trabalho para as características do trabalhador, torna-se essencial projetar não somente para o usuário médio, mas levar em conta as variabilidades das medidas corporais, e assim, atender todas as particularidades antropométricas que a atividade do trabalhador exige.
A antropometria utilizada na fase de projeto é fundamental em ambientes corporativos, especialmente na adaptação do mobiliário, como mesas, cadeiras e equipamentos, às características do trabalhador. Mas, assim como o projeto de um posto de trabalho, a antropometria não se resume a mesas e cadeiras.
Para garantir o conforto postural, torna-se importante que o projeto antropométrico inclua todo o tipo de mobiliário utilizado, além daqueles que possam permitir regulagens e ajustes, uma vez que as atividades laborais também contemplam diversas ações que envolvem alcances, tanto horizontais como verticais. Assim, estudos que englobem a amplitude entre os maiores e os menores percentis antropométricos (o homem mais alto e a mulher mais baixa) devem ser levados em conta na hora de projetar.
A Ergonomia Corretiva é importante nos ambientes de trabalho, mas a Ergonomia de Projeto/Concepção, além de atender com mais assertividade as necessidades dos trabalhadores, será uma fonte de economia para as empresas, que não terão custos com correções e adaptações ergonômicas futuras. É aqui que a Ergonomia entra em cena como uma forte aliada da Arquitetura.
Vamos olhar para as variabilidades humanas e conceber ambientes saudáveis e efetivamente funcionais para os trabalhadores? Vamos promover conforto e prevenir doenças relacionadas ao trabalho?